Thursday, June 28, 2007

Inspiração

Uma questão existencial que rapidamente se transformará em duas questões existenciais:
1 - Porque é que há dias em que não estamos inspirados sequer para fazer chichi?
2 - Escreve-se "chichi"? Ou "xixi"? Ou ainda "xi-xi"?
E eis que duas problemáticas complexas dão origem a uma terceira: Joana, é mesmo necessário utilizares essa palavra no teu digníssimo blog?

A Minha Avó...

Esclarecimento à população inquieta: A Minha Avó É Uma Artista de Variedades vai voltar! Este breve interregno deve-se ao facto de estarmos a lidar com uma superstar que, como tal, precisa de algumas férias... numa ilha paradisíaca ou num segundo andar do Restelo... e tem dado alguns showtógrafos, qual Floribela... não em Sandim ou Tabuaço, mas algures entre a mercearia do Sr. Rocha e a Mesa de Nossa Senhora. É dura a vida no star system, não pensem que não. Mas a artista é uma boa artista, e voltará.

Monday, June 25, 2007

O Homer de Vitrúvio

Com "O Homem de Vitrúvio" Da Vinci sintetizou uma série de ideais a respeito da relação do homem com o universo. Nos dias que correm, nada melhor que um Homer de Vitrúvio para compreendermos o que nos liga a essa coisa a que chamam "mundo lá fora", e que já quase não se vê, de tantos centros comerciais que tem plantados. Cerveja, donuts, hotdogs e um comando de televisão são os melhores, e cada vez mais os únicos, interfaces. As proporções, essas, serão cada vez mais as do Homer, até porque os donuts têm de ir para algum lado. Quanto à cor, diria que o amarelo não entrará já nas próximas tendências Outono/Inverno mas lá para meados de 2008 somos bem capazes de começar a amarelar.

Horóscopos

Toda a gente lê horóscopos. É um facto. E escusam de assobiar para o ar. Para já, porque vão parecer autistas em frente ao PC, e depois porque eu sei que vocês estão sempre a par das Cartas da Maya e sabem perfeitamente que o Óraculo de Belline não tem nada a ver com produtos ultracongelados... Eu, leitora assumida e sem vergonhas de todo e qualquer tipo de horóscopo, acabo de perceber (ao fim de 21 anos, é triste toda esta demora, eu sei...) qual o truque. É que eles acertam sempre, é incrível... lemos coisas como "tendência para dores de costas" ou "dificuldades financeiras" e pensamos "fogo... they are watching me" (reparem que repentinamente até ficamos bilingues e tudo, como se fossemos emigrantes acabados de chegar de Newark, depois de termos visto a Floribela no 10 de Junho...). Pois aqui o funcionamento é igual ao daqueles mágicos dos bares que nos dizem para olhar para meia dúzia de cartas e decorar uma, que segundos depois terá desaparecido. Eles fiam-se na nossa concentração numa só carta (e na nossa idiotice também), que faz com que não reparemos que nenhuma das cartas iniciais coincide com as segundas... Ora os senhores dos horóscopos, sejam eles astrólogos, tarólogos, tarados... ou um pouco de tudo isso, partem também do princípio que vamos ler apenas o nosso signo, e ficar maravilhados com a pontaria deles para tocar mesmo na nossa dor. Não pensam no caso de pessoas que além de ler horóscopos (e de o assumirem publicamente), o fazem de forma benemérita, lendo o horóscopo do irmão, dos pais, do namorado, das amigas, dos primos... para poder informar toda uma comunidade de astro-excluídos (ou seja, aqueles que fingem convictamente que nunca ouviram falar do Vidente das Estrelas). Quando ao fim de três signos distintos vejo várias maneiras de dizer a mesma coisa, com palavras diferentes, compreendo. Estes senhores podem não prever grande coisa, mas têm pelo menos um bom vocabulário. Podem não pescar grande coisa de ascendentes, mas dominam o campo lexical que é uma coisa parva, de converter qualquer céptico mesmo... Senão vejamos: "organismo muito débil", "cuidado com os excessos", "tenha atenção à saúde", "ouça o seu corpo", "saúde debilitada", "período de alguma fraqueza" são simplesmente sinónimos uns dos outros. Mas em bom. Parabéns. E eu que passei tantos anos a achar que em Março de 1997 tinham mesmo adivinhado o furto de que seria alvo, quando numa revista inscreveram as proféticas palavras "Capricórnios, tenham atenção à carteira". Desiludo-me. Mas rapidamente me iludirei novamente, assim que abrir mais uma revista na página das previsões.

Friday, June 22, 2007

Uma questão de alho

Berlusconi afirmou que o alho é "antidemocrático".
Resta saber o que o alho tem a dizer sobre Berlusconi...

Thursday, June 21, 2007

Não gozem com o senhor

Já tinha ouvido muita coisa sobre o Joe Berardo mas não sabia que ele era ......... deficiente! Nunca o tinha ouvido falar! Agora, tudo faz sentido. Realmente uma pessoa que fala como se estivesse ainda na pré-primária, mas também com uma batata cozida muito quente dentro da boca e tendo aprendido na véspera a palavra "instituição", pelo que tem de usar muitas vezes, quis compreensivelmente comprar um brinquedo para se entreter. E que brinquedo melhor que o Benfica? Não há, como no caso do Porto, aquela responsabilidade de ser um brinquedo topo de gama, daqueles que até dá medo de partir, tal seria o prejuízo.. Não há, como no caso do Sporting, o problema da complexidade, que obriga a ler o livro de instruções, a montar peça a peça e a pensar como raio aquilo funcionará. No caso do Benfica, se partir, deita fora e compra outro! Diz que o Beira Mar está a bom preço.

Wednesday, June 20, 2007

Maravilhas da Maternidade

Dizem que as pessoas mudam quando são mães. Estava com uma amiga minha e não tinha notado ainda nada de especial, tirando o facto de as calças de bolsos em vez de transportarem carteiras e telemóveis albergarem um biberon e, ok, o pequeno pormenor de trazer um ser de três adoráveis e rechonchudos meses ao colo. Até ali, tudo bem. Pronto, é certo que agora dorme menos, acorda mais cedo, não tem ido trabalhar, não tem tempo... Até aí são tudo adaptações demasiado naturais para poderem ser consideradas "a grande mudança desde que é mãe"... mas eis que surge a revelação, em tom natural, quase como quem não vê, ou não quer ver, que estamos perante o belo fenómeno da maternidade, em todo o seu esplendor: "levanto-me às seis da manhã, porque ele chora e eu também (pausa - para dar o tom dramático)... a ver o Extreme Makeover. É aí que eu peço para repetir, por favor... que o bebé chore, tudo bem, parece que eles são inventados mesmo assim. Mas que a mãe chore a ver o Extreme Makeover? Logo logo ela se apressa a acrescentar: o das casas, nao é o das caras! É caso para dizer "ah, muito melhor!". Fiquei muito mais descansada, não haja dúvida... Sobretudo quando ela começou a tentar explicar-me quão bonito e comovente podia ser ver uma casa a ser arrasada e construída do zero, para ajudar uma pobre família carenciada. E ainda hoje poderíamos lá estar, com ela a falar, embevecida, do filho e sobretudo de como os programas de decoração emitidos na televisão se tornaram subitamente muitíssimo emotivos. Mas eu disse-lhe que não valia a pena. Que enquanto não for mãe não conseguirei perceber. Talvez no dia em que tiver um filho, e ainda no recobro, eu corra para a televisão para ver o Querido Mudei a Casa e chorar, chorar muito, a cada vez que uma das tias decoradoras falar.
De qualquer forma, aqui ficam os meus parabéns... com um miúdo daqueles que trazia ao colo até se justifica ver o Extreme Makeover e ... vá lá, verter uma lágrima ou outra porque não? Desde que ele seja saudável e largue a chucha aos dois anos, está tudo bem.
PS - Foi a primeira vez que escrevi as palavras biberon, chucha e rechonchudo. Aproximo-me perigosamente do estado mãe-lamechas, sem a parte do mãe, claramente, mas com grande ascendente de lamechice. Mais um pouco e estou a ver o Essência, com a Ana Marques, na Sic Mulher. Ok, com tanta informação já me denunciei: eu já vi!

Pequeno Barco à Vela

Enquanto muitos e muitos lisboetas se ocupam a ouvir o que têm para dizer senhores como António Costa, Helena Roseta ou Fernando Negrão, o verdadeiro debate político está a passar-lhes ao lado. O único candidato digno desse nome, Gonçalo da Câmara Pereira, é o único a ter um programa realmente inovador para Lisboa. O líder do Partido Monárquico (sim ele existe) afirmou, para todos quantos quiseram ouvir (ou por outra, aqueles que viram o seu nome no jornal ou ouviram na rádio e pensaram "deixa cá ver que isto vai ser engraçado...") que se ganhar as eleições intercalares em Lisboa, vai oferecer um «pequeno barco à vela» a cada criança, «porque o amor ao Tejo começa logo em pequeno». Para Gonçalo da Câmara Pereira, é necessário «pôr o povo a olhar para o Tejo, a coisa mais bonita de Lisboa», já que «é o rio mais largo na foz da Europa e o único que não é utilizado». Tendo em conta que este candidato é já um vencedor, mesmo antes das eleições (quanto mais não seja em termos humorísticos), podem começar a vir de lá esses barquinhos. E olhem que apesar da natalidade ser baixa em Portugal, penso que temos criancinhas suficientes para impedir o tráfego de cacilheiros, iates luxuosos e barcos de recreio. Mas bonito, bonito vai ser ver as velas ao vento, como se tivessemos voltado aos Descobrimentos. Consta que Câmara Pereira quer também que os pais dessas mesmas crianças comecem a vestir-se segundo a última moda da Renascença, collants incluídos, e que as mães usem espartilho. Aqui fica o meu apelo ao voto. Vamos ver essa criançada velejar.

Blogue

Uma pessoa fica uns dias sem cá vir e é isto... o blogger conseguiu a naturalização. Qual Deco, agora o Blogger é português. Já não há dashboard para ninguém, só um rústico painel, já não podemos fazer compose, quanto muito podemos redigir, o que dá a ideia de que somos o primeiro secretário da associação de moradores do bairro, encarregue de fazer as actas... Preview nem vê-lo, quanto muito visualizamos e já é uma grande sorte. Já nem vale a pena dirigirmo-nos ao help, só há ajuda, o que dá um tal ar de caridade que nos rouba qualquer vontade de lá ir.... E no momento em que queremos realmente mostrar estes tristes textos ao público, já não há posts para ninguém: restam duas hipóteses - publicar mensagem ou guardar agora... e se olharmos mais para baixo temos até algo mais ousado, junto das tags há a opção de "mostrar tudo". Não carreguei lá. Tive medo do que pudesse surgir. Bem... resta-me conformar... e admitir que o meu blog morreu. Agora tenho um blogue, com tudo o que de portugalmente grave isso implica.

Wednesday, June 6, 2007

A Minha Avó é Uma Artista de Variedades

4º Episódio, a caminho do 5º.
Porque isto de ser artista de variedades dá muito jeito no dia-a-dia... entre outras coisas para fugir a telefonemas incómodos.

Não tem uma pessoa filhos para isto...

Faltava completar a frase com: "para andar a aturar os filhos dos outros". Mas não. Aquilo que aqui vos trago é pior, bem pior!
Uma pessoa não tem filhos e depois tem que tratar do... carro! Em vez de fraldas e pó talco, são ambientadores, limpa-vidros e mariquices que tais. Em vez de pagar a babysitter e o colégio, paga-se um seguro cujo valor dava para fazer o seguro de vida de trigémeos com doenças degenerativas. Em vez de o levar médico para um senhor o pesar, lhe dar vacinas e dizer que "está lindo" leva-se à revisão para um senhor olhar para ele de raspão e encontrar algum defeito. Em vez de o termos a dormir numa alcofa ao pé de nós, temo-lo à chuva e ao sol (não simultaneamente) no meio da rua. Em vez de ele fazer desenhos para nos oferecer no dia da mãe, há senhores que fazem gravuras de Foz-Côa nele, com chaves ou outros objectos pontiagudos, sem se preocuparem sequer com que dia é. Em vez de os vermos aprender o abecedário e a fazer contas de somar, vemos os mais diversos alertas começarem a aparecer: check ao óleo, depósito vazio, cintos mal postos...
O que torna tudo isto dramático é que até gostamos deles como os pais gostam dos miúdos... Ao ponto de lhes darmos nome e conversarmos com eles enquanto estamos ao volante. Diálogos absurdos entre nós e a caixa de velocidades, confissões ao tablier que são, numa palavra, ridículas (como, de resto, todas as cartas de amor, já dizia "o outro").

E no fim disto tudo, tinha que haver alguma compensação. Qual é?
As crianças não têm bancos ergonómicos...

Monstro Gourmet



Inicia-se neste momento mais uma rúbrica fascinante deste não menos fascinante blog. Protagonizada por quem? Pelo Monstro, claro. Que é o quê? Fascinante, nem mais!

E o primeiro produto a ser submetido à criteriosa análise do Monstro é, nem mais nem menos do que este: Chocolate Pantagruel. Este é um artigo de fina culinária que, numa palavra: cumpre. Não sei bem o que isto quer dizer mas dá um aspecto oficial à coisa. Pantagruel, um chocolate com um cruel destino traçado. Por trás da emabalagem naif, em tons de caixote de cartão, esconde-se uma placa de cacau atormentada pelo seu fim anunciado: uma morte lenta e dolorosa em banho maria, para uma transformação inglória em mousse ou bolo brigadeiro, em que os méritos da matéria-prima não chegam a ser esquecidos, porque simplesmente não são lembrados. É inglório para um produto da qualidade de Pantagruel.


E quando pensamos que Pantagruel é um dos melhores nomes que podia ser dado a um produto alimentar com vista ao "derretimento", eis que surge um irmão de sangue (ou colega de profissão, como preferirem): Belleville. Também o há em barra e em pó. Merecerá talvez, um dia, um post exclusivo para falar das suas virtudes. Mas isso só quando ultrapassar a segunda divisão do chocolate. Para já, na primeira liga dos derivados de cacau Pantagruel é rei e senhor. O preferido das donas de casa.

Estrelas: * * * *
Observações: deve ser consumido à temperatura ambiente, embora às vezes se torne difícil proceder ao corte sem recurso a serra eléctrica. Tempere com Paprika. Ficará óptimo.

... com selo de qualidade monstro bolero ...

Com quatro letrinhas apenas se escreve...

Isto de chegar a casa a tempo do telejornal, de tão raro que é, dá azo a grande entusiasmo e estupidez da minha parte, o que resulta nisto:
"Nani passou nos testes e já pode assinar".
Ok... o facto de eu já ter ultrapassado a fase da socialização primária e estar integrada na comunidade portuguesa, reconhecendo símbolos e signos (ainda que fraquinhos) como "Sporting", "contratos", "futebol", e até interjeições como "Nani" (da família de outras mais conhecidas como "Omessa" e "Oba!"), não impediu uma associação de ideias, bastante livre, diga-se: ora se Nani só depois dos testes se viu livre para assinar, parece-me óbvio que o teste era de português. Por outro lado, e tendo em conta que depois de aprovado nesse exame, o único acto de escrita para o qual foi dado como apto foi a assinatura, calculo que a prova tenha sido mais fácil que a de inglês técnico do Sócrates. Indo mais longe ainda (porque no que toca a associações livres, quando começo tenho dificuldade em parar - tal como com associações recreativas em época de festas populares) - para um teste de português ser fácil ao ponto de Nani passar com distinção e louvor... de que constaria??

Deixo algumas hipóteses no ar: ordenar três letras do alfabeto (b, a e c, mais precisamente, com uma pista em baixo, dizendo que o a nunca fica no meio e que o c vem sempre no fim); preencher o espaço em branco na frase "O Nani é bué da ____" com uma de três palavras: eloquente, aprazível ou bom; indicar o significado de "excrescência carnuda e avermelhada", de entre os três - Luís Filipe Vieira, Simão Sabrosa ou carúncula. Ok, esta era difícil. Vá-s lá saber se a resposta era Vieira ou Sabrosa... Mas Nani foi certamente capaz de acertar. Como prémio, recebeu um caderno de duas linhas para treinar as letras N, A e I. Horas depois, e já com algumas dores na mão esquerda, um dos membros da equipa técnica disse-lhe que ele não era canhoto e podia escrever com a outra... Estava então pronto para o grande momento. Assinar. Assim: N + A + N + I. Espectacular!!!

Manifesto Anti Netcabo

A netcabo tem de ir ao psiquiatra. Já.
E ele com certeza fará o diagnóstico óbvio, salta à vista: inconsistência simbólica e fragilidades identitárias. Que é como quem diz, não sabe quem é, de onde vem, nem para onde vai. Mas talvez eu lhe possa dar uma ajuda... Vai à vida não tarda nada porque ir abaixo de cinco em cinco minutos, mais do que dar azo a trocadilhos brejeiros como "além de inconsistência sofre de impotência com certeza", dá uma enorme irritação, isso sim. E é do cimo dessa grande irritação que escrevo isto, para vos dar conta da impossibilidade de fazer importantíssimos uploads, nomeadamente, respectivamente, designadamente e somente o grande "A minha avó é uma artista de varieades Take 4". E isso enerva-me. Sobretudo porque as contas continuam a ser pagas, mesmo quando a netcabo tem um comportamento que... tecnicamnte não sei como se cataloga mas aqui para nós é fácil: muito aproximado da debilidade mental, roçando mesmo a estupidez total e absoluta.

"Homem tenta pular no papamóvel" - ou como as noícias são tão mais giras em brasileiro

Quando vemos um simpático jovem tentar, desesperadamente, dar uma voltinha no Papamobile... e o dito cujo Papa não tem a bondade de o levar até ao fim da rua sequer... colocamos tudo em causa. É como destruir o sonho de uma criança de andar no Batmobile, mas na versão branca e evangelizada da coisa. Afinal de contas, custava muito dar uma boleia ao moço? Que é feito do teu espírito cristão, amigo Ratzinger? É que nem se dignou a olhar pelo retrovisor...

Constipação

Estar constipado no verão é uma posição demasiado dúbia, para não dizer bastante irritante. É como estar de cachecol e blusão de penas na Polinésia Francesa. É como comer peixe cozido com feijão verde num banquete de casamento. É como ter sede e não ter água canalizada, ter o frigorífico vazio e a dispensa forrada com pacotes de sal Vatel (tem de ser Vatel, senão está o cenário estragado). No fundo, estar constipado no Verão é uma condição humana tão filosoficamente inexplicável que é preferível optar pela ciência, e compreende-la segundo o paradigma da física quântica inventado agora mesmo por mim e patenteado aqui e agora com o número 1573264: o paradigma do On/Off. E funciona da seguinte maneira: ter frio/ter calor, ter frio/ter calor, ter frio/ter calor. É complexo eu sei, mas se lerem mais algumas vezes talvez cheguem ao âmago da questão. E pronto já escrevi âmago, posso parar. Antes que tenha calor outra vez.

Saturday, June 2, 2007

Backstreet's Back Alright!

É preocupante. Mas eu confesso. Só consigo pensar nas grandes questões da vida ao som de boys bands.
Para crises existenciais serve um "Show me the meaning of being lonely", por uns fantásticos Back Street Boys. Se falamos no fim dos recursos naturais e na insustentabilidade da condição humana no planeta Terra... talvez um "Bye Bye Bye" dos falecidos N'Sync. Para a enorme complexidade das relações interpessoais, nada como recuar aos clássicos (sim, que isto das boys bands já tem antiguidades): "Back for Good" dos Take That serve muito bem. Para uma agradável reflexão sobre os direitos e liberdades individuais, e os limites impostos pela vida em comunidade, pode ser um "Flying Without Wings" dos Westlife. Se tiver que pensar forçosamente em termos de teoria da imagem e representação, que é como quem diz "estar em véspera de exame", "Picture of You" dos Boyzone é do mais apropriado que há, para compreender em profundidade a questão platónica da imagem enquanto simulacro. Quando penso em igualdade e justiça social, ouço logo na minha cabeça um "Guilty" artificialmente afinado dos Blue. E quando penso em empadão de atum, a banda sonora é óbvia: "Eu Sou Aquele", by Excesso. E agora dizem vocês "Mas empadão de atum não é uma grande questão da vida". E eu respondo "bem observado, mas os Excesso também nunca foram propriamente uma boys band, por isso não é por aí..." E até digo mais, já que aqui estou... Sempre que quiser pensar nos horários da Rede da Madrugada dos autocarros da Carris ouvirei "A Rainha da Noite", dos D'Arrasar.
Alguma coisa contra? Aposto que não.
Agora tenho de ir...que o meu iTunes já toca "When You Say Nothing at All" e apesar do Ronan Keating assim avulso não poder ser considerado uma boys band, acho que merece um pensamentozinho que seja à sua altura. Sobre o aquecimento global ou assim...