Saturday, November 17, 2007

Resistirei?

O que uma pessoa faz para não estudar!...
Apercebo-me agora que acabo de relatar uma telenovela em tempo real. Para toda essa vasta plateia do Monstro Bolero. E ali ao lado continuam o Roland Barthes, o Albert Camus, o Sartre, todos à minha espera. Mas eu continuo a preferir a Teresa Guilherme, que agora tem de despir as roupas ensaguentadas com que assassinou o marido, ajudada pelo Padre Amaro... mas fazem-no de forma sexy, antes de as atirar para a lareira. Resistirei a isto?
Penso que não.

Resistirei III

Teresa Guilherme enrola o cadáver do marido, que por acaso até é o Zé Pedro Gomes, numa toalha de mesa, enquanto vai conjecturando a desculpa que vão dar para não descobrirem que o mataram. Um plágio descarado da Maddie. Vão dizer que ele desapareceu. Com uma variante: vão dizer que foi à caça e nunca mais voltou. Os McCann pelo menos tiveram a decência de perceber que não se imagina a pequena Madeleine com botas de caça a fazer pontaria às perdizes. Ao menos isso. Teresa Guilherme já não tem discernimento para tanto, e acaba de beijar o Jorge Corrula, que era o Padre Amaro e andava com a Soraia, que agora está feia. Entretanto a Sofia Padrão, que andava com o Diogo Morgado no Amo-te Teresa, deixa cair a mala de cima do prédio e a multidão grita em pânico, achando que ela se suicidou. Não. Ainda não foi desta.

Agora é que foi. Saltou mesmo. Mas salto encarpado, daqueles bons. E caiu em cima de um Fiat encarnado. Que pontaria.

Resistirei II

Olha afinal parece que já não há Zé Pedro Gomes. Acabaram de o matar. Foi uma passagem rápida, contudo dolorosa, pelo drama.
Isto parece giro. O filho matou o pai com a faca da fruta, uma mulher baldou-se da escadaria das Amoreiras a baixo, rebolando como um saco de batatas, e agora a Ana Padrão vai saltar de um prédio, apesar dos conselhos acertados que lhe dá um psicólogo ao melhor estilo Eduardo Sá.
Agora também há o João Lagarto a dormir com a São José Lapa. Assim não. Isto começa a ser repugnante!

Resistirei

É impressão minha ou esta nova telenovela da SIC, "Resistirei", é uma "Vingança" com novos penteados? Tipo ... colecção Outono/Inverno. Os mesmos cenários, os mesmos actores, as mesmas cores, só mudam mesmo os caracóis ou o frisado do cabelo. Ah, e o sempre-engraçado-contudo-agora-mostrando-que-é-sério-e-dramático-actor-de-comédia. Troca-se uma Maria Rueff por um Zé Pedro Gomes, porque está mais dentro dos tons e tendências da estação.

Sunday, November 11, 2007

Da minha ignorância...

Descobri há menos de 24 horas que... Benazir Bhutto é uma mulher!
Depois disto, o que faltará? Se me dizem que a Dalai Lama não é uma senhora, ou que o Meryl Streep não é um homem, não sei se o meu coração aguentará.

Joana a Caminho do Natal - Popota


Já aqui falei da Leopoldina (nem podia ser doutra maneira, ela é sinónimo de Natal, e de parvoíce - coisas que abundam por aqui). Já tinha reflectido sobre a sua essência, já tinha proposto aqui o debate das problemáticas que envolvem a dita avestruz. No fundo, já vos tinha altertado para o ridículo de um supermercado ter uma ave amarela e desproporcional a convencer as pessoas a comprarem cds e livros de encantar. Pois, podem esquecer tudo isso. O nível de ridículo acaba de ser suplantado por uma coisa (nem sei se será um animal) chamada.. Popota! É triste. É muito triste, mesmo. Primeiro, imitar a ideia peregrina de ter um bicho a estimular o consumo. Depois a ideia desse bicho ter uma cor absurda para o reino animal. Neste caso, o cor-de-rosa. Por fim, a ideia de lhe dar apenas meio nome. Popota? Popota não chega a ser coisa nenhuma. Fica pela intenção (que nem sequer é boa). Nem sequer é uma mascote. É um híbrido sob a forma de desenho. E nem sequer tem um mundo encantado de brinquedos. Só uma mísera quinta. Nem quero imaginar que espécies alberga lá. Talvez um Rik e Rok, que nunca ninguém percebeu bem o que são ou o que fazem. Se enveredassem pela carreira política, seriam um Bernardino Soares, que também é redondinho e tudo.
Calculo que a próxima campanha do Modelo junte Popota a Cristiano Ronaldo, que aparecia nos últimos anúncios vestido de "Ken Comandante". Faz todo o sentido. Além de serem da mesma faixa etária e partilharem o gosto por indumentária cor-de-rosa, têm feições muito parecidas, e parecem estar sempre a achar tudo "espectacular".

Portugal, País Tropical

É oficial. Portugal é um país do terceiro mundo!
Já tinhamos a despesa pública, o PIB, o orçamento de Estado, o discurso da "tanga", a própria tanga, os debates encalorados e ruidosos, os reality shows, as telenovelas, os preços no supermercado, a pose, atitude, a forma de falar, todos eles condizentes com um território subdesenvolvido.
Faltava o clima.

Já não nos falta nada.

Joana a Caminho do Natal - Trepadores

Uma ilustre figura das Condutoras de Domingo reflectiu esta semana sobre o fenómeno dos pais natais trepadores.
Eu já o tinha feito uma vez, o ano passado... Embora a minha visão das coisas seja diferente (o optimismo inocente da juventude!), aqui fica:

Porque é que ninguém ajuda os pais natais espalhados por esse país fora, em janelas e parapeitos?
Numa época em que há donativos para os bombeiros de Piódão, as crianças malaias com nomes começados por Z e terminados em F, os senhores da recolha do lixo, os três pintos coxos que nasceram em Alpiarça, ou até mesmo para o senhor que já morreu há seis anos, mas cujo apelo dramático para doação de um rim continua a circular via mail, custava alguma coisa dar um empurrãozinho aos milhares de pais natal que tentam, em vão, entrar pelas janelas portuguesas?? É que se ninguém tomar uma posição, o mais certo é que até dia 25 o movimento se inverta e se suicidem aos mil. Um Pai Natal não é de ferro, e depois de uma escalada inglória de dias a fio, com as noites a arrefecerem cada vez mais, a vontade de desistir é mais que muita – o abismo, de repente, parece terrivelmente tentador. E depois, imaginem o cenário… pais natais enforcados nas torres de Lisboa, esmagados por entre o transito da VCI, tornando as manhãs portuenses ainda mais caóticas, pais natais a boiar nas piscinas municipais, enfim, um derramamento de sangue que em nada se coaduna com uma época destas. Não custa nada dar-lhes uma mãozinha! Só lhes falta "um bocadinho assim!"

Joana a Caminho do Natal - Café

Suspeito que este ano toda a gente vai oferecer uma chávena de café como prenda de Natal. Não sei bem como embrulham, nem como o mantêm quente até lá, mas a avaliar pela fila na loja da Nespresso... Só vejo essa explicação. Ou isso, ou estava lá dentro o George Clooney. Provavelmente sentado numa poltrona a fingir de Pai Natal, a avaliar pelo que tenho visto por aí.
O preço de ser fashion paga-se sempre bem caro. Ou se está em casa a ver horas a fio a Sic Mulher com os "queridos" a acartar sofás, ou se vai para a rua e acaba-se numa fila de 3h por um "cafézinho divinal", de um lote seleccionado.

Joana a Caminho do Natal - Corrida

E... começou a grande corrida às prendas de Natal.
O pelotão já vai lançado lá na frente. Junto aos Armazéns do Chiado os atletas da categoria dos pesos pesados já iam lançados, com as mãos cheias de pó de talco para agarrarem em sacos tão volumosos.
Eu costumava ser perita em falsas partidas. Em Novembro já ia na linha dianteira, e aguentava bem a passada até ao fim. Com lista de familiares, amigos, ideias de prendas, roteiro de lojas. Uma coisa assim em bom. Tipo prova de orientação. Agora, nada disso. Limito-me a desviar-me dos corredores que vêm contra mim.
Estou preocupada, acho que vou chegar à meta em último lugar. E de mãos a abanar!

O verdadeiro artista

Percebemos que estamos perante um verdadeiro artista quando o vemos num showcase da Fnac de... pantufas de quarto de hotel, com o logotipo e tudo. E isto não é uma forma inovadora de product placement. É o que a Amália chamaria de estranha forma de vida! E eu tenho muito respeito por toda e qualquer pessoa que saia à rua com esse nobre calçado que é a pantufa. Ou não tivesse eu já feito um jantar cujo dress code era pantufa. Se transpusermos esta adoração pelo calçado doméstico para um plano mais mediático e concorrido, o respeito só pode ser enorme. Eram pantufas brancas, de turco. Lindas!

Rui Santos outra vez

Agora Rui Santos sugere livros na televisão, qual Marcelo Rebelo de Sousa.
O livro de hoje é: "Como ganhar usando a cabeça". Suponho que, tratando-se de uma sugestão deste senhor, seja acerca de permanentes, frisados e caracóis.

Joana a Caminho do Natal - Luzes

O ambiente até parecia calmo e controlado. Andava pela rua e não havia nenhuma luz invulgar, a não ser a dos candeeiros.
Mas cheguei ao epicentro do natal: os centros comerciais. E lá estava a explosão de milhares de watts de luz. Mais fortes que os holofotes dos estádios do Euro. Pequenos vulcões no meio da metrópole, pedindo às pessoas que esqueçam que é dia de S. Martinho e acreditem piamente que é dia de Natal. E quase conseguem. Quase. Só uma coisa lhes estraga os planos: uma onda de calor que sobe até à cara e nos faz ter de tirar o cachecol, o blusão de penas, a camisola e quase a t-shirt. Este calor de Agosto torna inviável qualquer impulso natalício. Mas as luzes continuam acesas. E aposto que ainda nos vão vencer. Não pelo frio, mas pelo cansaço, certamente.

Greve de Argumentistas

Com a greve de argumentistas nos EUA algumas pessoas lembraram-se que afinal essa profissão existe. Embora tenham algumas dúvidas se também há essa espécie rara em Portugal. A questão é: o que faz, nesta situação, alguém que é apenas aspirante a argumentista? Faz uma aspiração a greve: vai trabalhar e pensa o que faria se estivesse em casa.

Friday, November 2, 2007

Joana a Caminho do Natal - A Leopoldina

Hey! Cá estou eu nesta duríssima travessia até ao Natal. E hoje acordei com um, e apenas um, pensamento (normalmente acordo com zero actividade mental, por isso já foi óptimo): a mascote do Continente. Sim, a Leopoldina além de ser um pássaro amarelo e desproporcional, também pode surgir-nos sobre a forma de pensamento. E preocupa-me. Porque ela é uma mascote sazonal. Enquanto temos um Rik e Rok, que são muito menos dignos, mas duram o ano todo, quando temos um Gil, que já lá vão duas décadas desde que acabou a Expo mas continua a passear-se por aí de poupa azul ao vento, qual Pedro Miguel Ramos nos tempos de apresentador imberbe... E depois chegamos a uma figura imponente como a Leopoldina e chegamos a esta conclusão: só tem direito a aparecer no Natal. Vive escondida o resto do ano, em reclusão. Para quê? Talvez para meditar, que isto de dirigir o mundo encantado dos brinquedos não deve ser nada fácil. Ainda assim, acho triste. E mais, acho injusto que não haja campanhas noutras épocas do ano em que Leopoldina possa explanar toda a sua técnica. Tipo: Leopoldina no imenso e encantado areal de Albufeira, ou Leopoldina é rainha do Carnaval da Mealhada, ao lado de Toy (e não, isto não era um trocadilho com o mundo dos brinquedos, mas acabou por ser! Não tive culpa! Foi irreprimível!). Pode dar-se o caso de Leopoldina não poder saír de casa nos meses mais quentes, devido ao facto de ser uma... ave?! Bom, de ser aquela coisa amarela com penugem que ela é, estilo prima afastada do Poupas. Ainda assim, nas "redondezas" do Natal podiam arranjar-lhe mais iniciativas: um magusto com celebridades ou coisa assim. Porque aquilo de só gravar CDs em Dezembro, e lançar livros infantis, deve ser chato para um artista do calibre dela. Por isso, deixo aqui o apelo: Deixem trabalhar a Leopoldina!

Thursday, November 1, 2007

Joana a Caminho do Natal

Inaugura-se hoje mais uma espantosa rubrica deste blog. Hoje em dia toda a gente faz diários sobre tudo: Vasco Uva explica quantas lágrimas verteu nos campos franceses, João Garcia conta dia-a-dia as várias fases de decomposição do seu nariz, à medida que sobe o Evereste, Hernâni Carvalho relata com entusiasmo nunca visto os 129 dias em que acompanhou o casal McCann em Portugal... então... porque não fazer o meu relato de uma coisa verdadeiramente importante? De uma caminhada gloriosa até um acontecimento marcante? Sim, quero lá saber que uma equipa inteira de rugby chore baba e limpe ranho às mangas, interessa-me lá que se espetem bandeirinhas portuguesas no cimo de montes, ou que os pais de Maddie tenham andado 29.000 km no areal da Praia da Luz... tudo isso passa para segundo, terceiro ou décimo plano, quando estamos perante um fenómeno da envergadura do ... NATAL!
Pois é. Natal é quando o Homem quiser não é? Pois por mim, declaro aberta a época natalícia. Por acaso as câmaras municipais não estão a colaborar, que este ano ainda não vi uma rua que seja iluminada... Mas mantenho a convicção de que o Natal começou hoje. Dia 1 de Novembro. O dia em que quatro miúdos me tocaram à campainha e quase me furaram os tímpanos, gritando em uníssono: "Pão por Deus!!". O dia em que eu pensei que isso era um insulto ou um pedido desesperado de socorro, tal a violência com que entoavam aquilo. O dia em que eu desejei que o Natal chegasse depressa, com as suas tradições bem mais convencionais, em que ninguém berra aos ouvidos de ninguém. Por isso, aí vou eu! Rumo ao Natal! Encontramo-nos por lá?