Saturday, July 23, 2005

Fiel ou quê?

A TVI não pára de surpreender (ou, por outro prisma, talvez nunca mais tenha surpreendido desde que deixou de ser a TV dos padres)... O mais recente sucesso dá pelo nome de "Fiel ou Infiel" e consegue ser mais deprimente do que qualquer Reality Show ou mesmo que os rodapés do Jornal Nacional. Durante os primeiros cinco segundos de visionamento é possível esboçar um sorriso. Nos momentos que se seguem, uma pessoa normal (e reparem que os meus padrões de normalidade não são nada exigentes, ou não tivesse eu um blog chamado "Monstro Bolero"), fica à beira do choro compulsivo! Porque não pode deixar de ser triste ver pessoas que recebem certamente menos de 100 contos pelos seus péssimos desempenhos dramáticos, e que por esse preço miserável chegam a espetar ramos de flores na cara de outros e se dão ao trabalho exigente e demorado de recitar cerca de 8 páginas de texto corrido com uma média de 4 palavrões por frase (que nem chegam até ao simples telespectador já que são cobardemente cobertas pelos "pis")... Estamos de facto perante uma vil exploração da fantástica e multifacetada mão-de-obra portuguesa, que poderia ser empregue em programas tão mais interessantes, quem sabe a serem transmitidos por volta das 5 da manhã no Canal 2 (mesmo que esse horário esteja já monopolizado pela mira técnica). E como se não bastasse às pobres criaturas gritar e lutar uns com os outros, ainda têm que fazer tudo isso sob o relato ininterrupto e ensurdecedor de "João Cléber" um engenho que se faz passar por ser humano, oriundo do Brasil e cujos decibeis rivalizam com Júlia Pinheiro (vendo bem faziam um belo casal, embora os frutos desse casamento tivessem de nascer já com aparelho auditivo, e quem sabe patrocinados pela prestigiada Casa Sonotone). O programa vale mesmo a pena para quem queira lavar os olhos - não pela beleza das "sedutoras e seduzidos" mas sim porque o choro vai ser inevitável, de vergonha pelas figuras que as pessoas fazem para aparecer na televisão, e de arrependimento por ter dado um minuto que seja de audiência a um "Jerry Springer" à brasileira (com folclore a condizer). Mas pronto, há que ser forte para ultrapassar estes pequenos traumas do dia-a-dia, inevitáveis de cada vez que a nossa compulsão masoquista marca o número 4 do comando da televisão (já tentei pôr autocolantes por cima e tudo mas não resulta, a atracção pelo abismo é mais forte)...

2 comments:

Anonymous said...

É de vómitos. É TVI. Só há uma atitude útil a tomar: não ver/não comentar.
Deixemo-los a falar sózinhos e lá se vão as audiências + o lixo que nos querem impingir.
A menina que é tão talentosa podia
dar-nos o prazer de tratar de assuntos mais interessantes (garanto-lhe que não faltam).

A sua amiga
Marina Sabisch Ona

Carpe Diem said...

Eu sou hiper fã desta rapariga, o estilo, a audácia, a leveza, a piada... nem tenho palavras para descrever tanto concentrado de boa disposição e bom gosto :)

Posso ser o fã numero 1 do clube?

Continua assim e olha q os aparelhos auditivos Widex são melhores ;)

Beijos