Friday, August 10, 2007

Laranjeiras, 10 de Agosto de 2007

Loja do Cidadão. Cheia. Afinal há muita gente que vem passar férias aqui. E eu que achava que era um spot exclusivo. Impressos para renovação do BI para mim, 7 euros para a senhora. O que se faz com um formulário à frente, pedindo-nos nome, morada, naturalidade e outros dados profundamente complexos? Preenche-se, não é? Também me pareceu que sim. Sem precisar sequer de consultar manuais, compêndios ou apontamentos. E quando achei que tinha passado a prova com distinção, virei a página. Numa febre de preenchimento (que é como quem diz num "ter-de-fazer-tempo-porque-faltam-45-senhas-para-o-meu-número") estava à espera de mais quadradinhos para completar. Mas não, a segunda página eram as instruções para preenchimento da primeira. Faz todo o sentido. Com a quantidade de gente oriunda de países distantes que se encontrava naquele edifício, aposto que eram mais os que liam de trás para a frente do que da forma convencional. Eu é que estava ali a mais. E melhor, primeira das instruções: preencher tudo a preto. Todas as minhas letras eram de um bonito e reluzente azul. E não abdiquei dele, esperei hora e meia até ser chamada, pronta não só para encher o meu indicador direito de tinta preta mas também para fazer todo um discurso acerca da liberdade de cores. Como é que numa loja do cidadão pejada de árabes, africanos, asiáticos, barreirenses e até uma natural de Linda-a-Velha, pode haver discriminação ao nível do tom da esferográfica? Felizmente imperou o bom senso, e a senhora absteve-se de comentar a coloração do meu impresso modelo 589. Ainda há esperança para Portugal.

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